Binance publicou na terça-feira uma estrutura abrangente de listagem enquanto colocava na lista negra sete entidades acusadas de falsamente alegarem conseguir listagens de tokens mediante pagamento, oferecendo até US$ 5 milhões por evidências de atividade fraudulenta.
O anúncio chega 10 dias depois de a corretora suspender um funcionário por insider trading envolvendo uma memecoin promovida por canais oficiais da Binance.
A maior corretora de criptomoedas do mundo em volume de negociação afirmou que desclassificará imediatamente e colocará permanentemente na lista negra projetos que forem descobertos utilizando intermediários terceirizados para solicitações de listagem.
O que aconteceu
O novo framework da Binance descreve um processo de listagem em três etapas — Alpha, Futuros e Spot — enfatizando que todos os pedidos devem vir diretamente dos fundadores do projeto ou de membros centrais da equipe.
A corretora colocou na lista negra BitABC, Central Research, May/Dannie, Andrew Lee, Suki Yang, Fiona Lee e Kenny Z depois de auditorias internas identificarem que eles se apresentavam falsamente como tendo conexões com a Binance.
Autoridades confirmaram que nenhum representante legítimo da Binance solicita pagamento por serviços de listagem.
A corretora disse manter um canal de auditoria dedicado no e-mail [email protected] para denúncias de corretores fraudulentos.
A Binance alertou que golpistas frequentemente se apresentam como funcionários ou agentes de listagem autorizados, exigindo taxas em troca de resultados garantidos.
O incidente de insider trading de 7 de dezembro envolveu um funcionário que usou a conta @BinanceFutures no X para promover uma memecoin de “ano da fruta amarela” menos de um minuto após sua criação on-chain às 05h29 UTC.
O token disparou 150% na primeira hora, antes de atingir US$ 6 milhões em valor de mercado e gerar US$ 16 milhões em volume de negociação.
A Binance suspendeu o funcionário em menos de 24 horas, contatou as autoridades e pagou US$ 100 mil divididos entre cinco denunciantes que relataram a atividade.
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Por que isso importa
A ofensiva marca o segundo caso de insider trading da Binance em 2025, levantando questionamentos sobre os controles internos de uma corretora que responde por cerca de 55% do volume global de criptomoedas à vista.
A co-CEO He Yi, que assumiu a liderança após a saída de Changpeng Zhao, enfrenta pressão crescente para restaurar a confiança nas práticas de listagem.
O novo framework exige uma avaliação abrangente da qualidade do produto, métricas de usuários, tokenomics, histórico da equipe e riscos técnicos antes de os projetos avançarem nas etapas de listagem.
Para tokens que já negociam em outros lugares, a Binance também avalia volume de negociação, valuation, liquidez e distribuição do token.
A corretora enfatizou que projetos com fundamentos sólidos podem progredir da fase Alpha para listagens em Futuros, com os de melhor desempenho potencialmente chegando aos mercados Spot.
A abordagem da Binance contrasta com o escândalo da Coinbase em 2022, quando um gerente de produto e associados negociaram com base em informações de listagem, obtendo mais de US$ 1 milhão em ganhos, o que levou a acusações do Departamento de Justiça e acordos de culpa.
Dados do setor da Chainalysis mostram que abusos internos responderam por 8% das vulnerabilidades detectadas em corretoras em 2024, com US$ 120 milhões em fluxos ilícitos.
O esforço por transparência em listagens coincide com uma fiscalização regulatória mais intensa nos principais mercados, à medida que instituições financeiras tradicionais aumentam investimentos em infraestrutura de criptomoedas.
A Binance afirmou que projetos que denunciarem de forma proativa intermediários tentando cobrar taxas receberão consideração prioritária na análise.
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