O chefe da grande empresa de análise de criptomoedas CryptoQuant declarou que o Bitcoin terminou seu mercado de alta, revertendo sua postura otimista de apenas duas semanas atrás. O anúncio vem em meio a uma crescente incerteza nos mercados de ativos digitais e opiniões divergentes de analistas sobre a principal criptomoeda do mundo.
"O ciclo de alta do Bitcoin acabou, esperando de 6 a 12 meses de ação de preço em baixa ou lateral", disse o fundador e CEO da CryptoQuant, Ki Young Ju, em um post no dia 17 de março no X, antes conhecido como Twitter. Sua avaliação contrasta fortemente com sua declaração de 4 de março, onde ele sustentava que o ciclo de alta do Bitcoin permaneceria lento, mas "ainda está intacto", citando leituras neutras em indicadores-chave.
Ju agora aponta para todas as métricas onchain do Bitcoin indicando um mercado baixista. "Com a nova liquidez secando, novos baleias estão vendendo Bitcoin a preços mais baixos", explicou, referindo-se a dados de blockchain que acompanham o comportamento de grandes detentores.
A mudança na perspectiva coincide com taxas de financiamento do Bitcoin flutuando perto de 0%, refletindo a indecisão crescente dos traders nos mercados de futuros de criptomoedas. Este indicador representa o custo de manter posições longas ou curtas e tipicamente sinaliza mudanças no sentimento do mercado ao se aproximar da marca zero.
Nem todos os analistas compartilham da visão pessimista de Ju. O analista principal da Swyftx, Pav Hundal, disse à publicação do setor Cointelegraph que "não há razão para pânico". Hundal reconheceu que os investidores estão "assustados" com as tarifas do presidente dos EUA, Donald Trump, mas sustentou que "todos os números mostram uma economia global apontando na direção certa."
"O dinheiro se moverá para ativos de risco quando o mercado estiver pronto para assumir risco", acrescentou Hundal.
No momento da publicação, o Bitcoin é negociado a R$ 83.030, representando uma queda de 14,79% no último mês, de acordo com dados da CoinMarketCap. A criptomoeda atingiu sua máxima histórica de R$ 109.000 em 20 de janeiro, coincidindo com a posse presidencial de Trump.
Alguns observadores de mercado permanecem otimistas apesar da recente tendência de queda. O CEO da CoinRoutes, Dave Weisberger, sugeriu que o Bitcoin poderia atingir novas máximas históricas até o final de abril, caso os padrões históricos persistam. "Esperemos que o Bitcoin atinja um novo ATH dentro de um mês se sua correlação BETA com a oferta de dinheiro se mantiver", escreveu Weisberger em 17 de março.
O analista de criptomoedas Seth também apontou métricas de oferta monetária global como um potencial catalisador para um movimento ascendente. "Estou dizendo que a Oferta Monetária Global acabou de fazer outra nova ATH. Estamos prestes a ver o Bitcoin subir novamente", afirmou em um recente post nas redes sociais.
No entanto, o ex-CEO da Phunware, Alan Knitowski, oferece uma avaliação mais sóbria com base em dados históricos. De acordo com Knitowski, o preço atual do Bitcoin está 67% abaixo de onde deveria estar neste ponto do ciclo de mercado. "Neste estágio do ciclo, o limite inferior do intervalo histórico deveria estar em torno de R$ 250.000," escreveu ele em 17 de março.
O CEO da Swan Bitcoin, Cory Klippsten, recentemente expressou otimismo cauteloso, dizendo ao Cointelegraph que "há mais de 50% de chance de vermos máximas históricas antes do final de junho deste ano." Esta perspectiva equilibrada destaca o sentimento dividido entre os líderes do setor enquanto o Bitcoin navega em um ambiente de mercado incerto.