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Banqueiro Central Europeu alerta que perdas com criptomoedas podem prejudicar a confiança dos clientes bancários

Banqueiro Central Europeu alerta que perdas com criptomoedas podem prejudicar a confiança dos clientes bancários

Banqueiro Central Europeu alerta que  perdas com criptomoedas podem prejudicar  a confiança dos clientes bancários

O formulador de políticas do Banco Central Europeu, Fabio Panetta, alertou na sexta-feira que as perdas de clientes em serviços de criptomoeda fornecidos por bancos podem prejudicar a confiança no sistema financeiro tradicional. O governador do Banco da Itália pediu monitoramento rigoroso dos riscos reputacionais à medida que os bancos fazem parcerias crescentes com provedores de ativos digitais.


O que saber:

  • Bancos enfrentam danos reputacionais se clientes de cripto confundirem ativos digitais com produtos bancários tradicionais e sofrerem perdas.
  • O maior banco da Itália, Intesa Sanpaolo, comprou 1 milhão de euros em bitcoin como um "teste", enquanto o Santander da Espanha considera expansão em cripto.
  • Panetta defende um euro digital em vez de restrições para enfrentar a transformação tecnológica nos pagamentos.

Crescentes Conexões Banco-Cripto Levantam Preocupações

Apresentando o relatório anual do Banco da Itália em Roma, Panetta destacou as crescentes relações entre bancos tradicionais e provedores de criptomoedas. Essas parcerias representam uma mudança fundamental na abordagem das instituições financeiras estabelecidas aos ativos digitais.

O banqueiro central expressou preocupação particular sobre o entendimento dos clientes sobre os produtos cripto oferecidos por meio dos bancos. "Os detentores de criptoativos podem não entender totalmente sua natureza e confundir com produtos bancários tradicionais, com repercussões potencialmente negativas para a confiança no sistema de crédito caso ocorram perdas", disse Panetta.

Seus avisos ocorrem quando grandes bancos europeus aprofundam seu envolvimento nos mercados de criptomoedas. O maior banco da Itália, Intesa Sanpaolo, comprou bitcoins no valor de 1 milhão de euros em janeiro no que o CEO Carlo Messina descreveu como "um teste".

O banco já havia estabelecido uma mesa de negociação proprietária para ativos digitais em 2023. No ano passado, começou a lidar com transações spot com criptoativos para clientes.

O Banco Santander da Espanha também está considerando a expansão de ativos digitais. A Bloomberg informou na quinta-feira que o banco tem planos iniciais para oferecer uma stablecoin e fornecer acesso a criptomoedas a clientes de varejo por meio de sua plataforma de banco digital.

Questões sobre Regulação de Stablecoins

Panetta dirigiu críticas específicas às stablecoins, moedas digitais projetadas para manter valor estável contra ativos subjacentes ou moedas tradicionais. Ele alertou que esses instrumentos poderiam ameaçar sistemas de pagamento convencionais se promovidos por grandes plataformas de tecnologia estrangeiras.

"Na ausência de regulamentação adequada, sua adequação como meio de pagamento é duvidosa, para dizer o mínimo", afirmou o banqueiro central.

A preocupação reflete a ansiedade regulatória europeia mais ampla sobre o potencial domínio de empresas de tecnologia americanas nos pagamentos digitais. Stablecoins emitidas por grandes plataformas de tecnologia poderiam desafiar o papel do euro no comércio europeu.

Panetta reconheceu que simplesmente restringir a adoção de criptomoedas provaria ser ineficaz. O banqueiro central alertou contra acreditar "que a expansão de criptoativos, incluindo stablecoins, pode ser contida simplesmente por meio de restrições."

Euro Digital como Resposta Estratégica

Em vez de confiar exclusivamente em restrições regulatórias, Panetta defendeu o projeto do euro digital do Banco Central Europeu como uma resposta competitiva às moedas digitais privadas. "O que é necessário é uma resposta que corresponda à transformação tecnológica em curso", explicou.

O projeto do euro digital representa a tentativa do BCE de criar uma moeda digital de banco central que poderia competir com alternativas privadas. Os oficiais se preocupam que a adoção generalizada de moedas digitais emitidas privadamente possa minar o controle da política monetária do banco central.

"O projeto do euro digital surge precisamente dessa necessidade", disse Panetta, posicionando a iniciativa como essencial para manter a relevância do banco central em um cenário de pagamentos em evolução.

O BCE continua desenvolvendo sua proposta de moeda digital em meio a debates em andamento sobre privacidade, implicações de política monetária e competição com sistemas de pagamento existentes.

Considerações Finais

As observações de Panetta destacam as crescentes preocupações dos bancos centrais sobre a integração de criptomoedas ao sistema bancário tradicional, enquanto enfatizam a necessidade de respostas proativas, em vez de restritivas. O chamado do governador do Banco da Itália por monitoramento aprimorado reflete esforços europeus mais amplos para equilibrar inovação com estabilidade financeira enquanto os bancos ampliam seus serviços de ativos digitais.

Aviso Legal: As informações fornecidas neste artigo são apenas para fins educacionais e não devem ser consideradas como aconselhamento financeiro ou jurídico. Sempre faça sua própria pesquisa ou consulte um profissional ao lidar com ativos de criptomoeda.
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