A equipe editorial do Financial Times emitiu um pedido de desculpas sem precedentes aos detentores de Bitcoin, marcando um momento crucial na relação da mídia tradicional com a criptomoeda. Em uma impressionante peça editorial intitulada "Hodlers: um pedido de desculpas," Bryce Elder do FT Alphaville abordou o ceticismo de longa data da publicação em relação ao Bitcoin.
Embora mantenha sua postura analítica sobre os fundamentos do cripto, o FT reconheceu o marco significativo do Bitcoin ao ultrapassar $100.000. O pedido de desculpas, ainda que com o característico humor do FT, representa uma mudança notável no panorama da mídia financeira tradicional.
"Lamentamos se em algum momento nos últimos 14 anos você escolheu, com base em nossa cobertura, não comprar uma coisa cujo número subiu," escreveu Elder, oferecendo um reconhecimento sutil a quem pode ter sido desencorajado pela cobertura crítica do FT desde 2011.
Este desenvolvimento sinaliza uma evolução complexa na relação entre a mídia financeira tradicional e os ativos digitais, embora o FT mantenha seu rigor analítico em relação aos mecanismos subjacentes das criptomoedas e à dinâmica do mercado.
O momento deste reconhecimento coincide com o Bitcoin atingindo níveis de preço sem precedentes, forçando até mesmo os céticos de longa data a reavaliar suas posições no cenário financeiro em evolução.
Entre as organizações de notícias de negócios mais prestigiadas do mundo, o Financial Times (FT) vem publicando sua inconfundível impressão em salmão desde sua fundação em 1888. Desde sua aquisição em 2015 da Pearson por £844 milhões pela Nikkei Inc., o FT manteve seu status como uma fonte confiável de notícias globais de negócios, finanças, economia e política.
Com mais de 700 jornalistas cobrindo o globo e mais de 1 milhão de assinantes em plataformas impressas e digitais, esta publicação é, sem dúvida, uma das publicações financeiras mais influentes em escala global.
O FT foi acusado de ocasional viés político e criticado por sua estratégia de paywall, embora tenha mantido uma reputação relativamente livre de escândalos em comparação a outros grandes veículos de notícias. Em 2011, surgiu uma discordância sobre a forma como relatou os esquemas de evasão fiscal do HSBC, e a publicação desde então foi criticada por alguns pela atitude vista como leniente em relação às práticas corporativas da China. A publicação continua a manter seus altos padrões editoriais apesar desses desafios. É altamente estimada em centros financeiros como Londres, Nova York e Hong Kong, onde tem um impacto significativo sobre os tomadores de decisão do governo e do empresariado.