Investidores institucionais retiraram dinheiro de fundos de índice de Bitcoin negociados em bolsa enquanto direcionavam capital para novos produtos de altcoins lançados em dezembro, marcando uma possível mudança no posicionamento do mercado de criptomoedas. A indústria de ETFs dos EUA registrou aportes recordes de US$ 1,4 trilhão em 2025, mas os fundos de criptomoedas tiveram desempenhos divergentes no fechamento do ano.
O que aconteceu: rotação entre ETFs
O IBIT da BlackRock atravou US$ 25,4 bilhões em 2025, apesar de registrar retorno negativo de 9,6% — o único desempenho perdedor entre os 10 maiores líderes em fluxo. Eric Balchunas, analista sênior de ETFs da Bloomberg Intelligence, descreveu os aportes como “boomers dando uma aula de HODL”.
O fundo inverteu a direção depois que o Bitcoin caiu 30% em relação à máxima de outubro. O IBIT registrou cinco semanas consecutivas de resgates, somando US$ 2,7 bilhões até 24 de dezembro.
ETFs de Ethereum seguiram um padrão semelhante, enfrentando sete dias seguidos de saídas em dezembro, totalizando US$ 685 milhões. Até 24 de dezembro, ETFs de Bitcoin perderam US$ 629 milhões, enquanto produtos de Ethereum registraram saídas de US$ 512 milhões.
ETFs de XRP à vista nos EUA foram lançados em 13 de novembro e acumularam 28 pregões consecutivos de entradas líquidas — feito não igualado por nenhum ETF de criptomoeda em seu lançamento. As entradas acumuladas chegaram a US$ 1,14 bilhão, sem dias de saída, embora os fluxos diários entre US$ 10 milhões e US$ 50 milhões tenham permanecido menores que o desempenho inicial dos ETFs de Bitcoin, que superaram US$ 500 milhões.
ETFs de Solana atraíram US$ 750 milhões, apesar da queda de 53% no preço de SOL desde os níveis de outubro. Diferentemente dos produtos de XRP, os fundos de Solana enfrentaram vários dias de saída no fim de novembro e início de dezembro.
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Por que isso importa: posicionamento de mercado
O mercado mais amplo de ETFs alcançou uma histórica “tríplice coroa” em 2025, batendo recordes em entradas, mais de 1.100 novos lançamentos e volume negociado de US$ 57,9 trilhões. A última vez que os EUA atingiram simultaneamente essas três métricas foi em 2021.
Esse precedente carrega riscos. O S&P 500 despencou 19% em 2022, após a tríplice coroa de 2021, em meio aos aumentos de juros do Federal Reserve. Balchunas alertou que “como este ano foi tão perfeito para os ETFs, você meio que quer se preparar para o que pode vir”.
O processo da SEC contra a XRP foi concluído em agosto com um acordo de US$ 125 milhões, classificando o ativo como não sendo um valor mobiliário. Alguns analistas atribuem os fluxos sustentados para ETFs de XRP à clareza regulatória, em vez do desempenho de preço, já que a XRP permanece 50% abaixo de sua máxima de julho.
Céticos observam que entradas consistentes em novos ETFs de altcoins podem refletir um “efeito lua de mel” típico de lançamentos.
Apesar da demanda institucional recorde, tanto XRP quanto SOL caíram de preço ao longo de dezembro — uma desconexão que alguns atribuem à realização de lucros de fim de ano e à distribuição por grandes detentores, compensando as compras via ETFs.
Com dezenas de pedidos de ETFs de criptomoedas aguardando revisão da SEC, espera-se mais produtos de altcoins em 2026. A rotação dentro dos ETFs de criptomoedas sugere que investidores institucionais estão se tornando mais seletivos, indo além de Bitcoin e Ethereum em direção a ativos com clareza regulatória.
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