BitMine Immersion Technologies (NYSE American: BMNR) anunciou em 24 de novembro que agora detém 3,63 milhões de ETH, consolidando sua posição como o maior tesouro de Ethereum do mundo e o segundo maior tesouro corporativo de criptomoedas em geral.
No entanto, a divulgação gerou controvérsia imediata, já que analistas de blockchain contestam o preço médio de compra declarado pela empresa, potencialmente apontando para bilhões em perdas não realizadas.
A empresa sediada em Las Vegas reportou participações totais de US$ 11,2 bilhões, incluindo 3.629.701 ETH avaliados em US$ 2.840 por token, de acordo com a cotação da Coinbase, além de 192 Bitcoin, uma participação de US$ 38 milhões na Eightco Holdings (NASDAQ: ORBS) e US$ 800 milhões em caixa não onerado.
A posição em Ethereum representa aproximadamente 3% da oferta circulante total da rede, marcando um progresso significativo em direção à ambiciosa meta da BitMine de acumular 5% de todo o ETH — um marco que o presidente Thomas Lee, da Fundstrat, chama de “Alchemy of 5%.”
Padrão agressivo de acumulação semanal
Os dados de compras da BitMine revelam aquisições semanais consistentes ao longo de outubro e novembro.
A empresa comprou 69.822 ETH apenas na semana encerrada em 24 de novembro, com compras semanais anteriores variando de 54.156 ETH a 203.826 ETH.
Essa estratégia agressiva de compra estabeleceu a BitMine não apenas como a principal detentora institucional de Ethereum, mas também posicionou suas ações entre as mais ativamente negociadas nos Estados Unidos, com volume médio diário em dólares de US$ 1,6 bilhão, o que a coloca na 50ª posição nacional — logo atrás da Mastercard e à frente da Palo Alto Networks.
Leia também: Massive ETH Withdrawals Reduce Selling Pressure While Technical Indicators Conflict
A matemática não fecha, dizem analistas
A controvérsia gira em torno do preço médio de compra alegado pela BitMine. Enquanto a empresa declara um custo médio de aproximadamente US$ 2.840 por ETH, a empresa de análise on-chain Lookonchain calculated uma média significativamente mais alta, de cerca de US$ 3.997 por token, com base em dados de transações on-chain. Essa discrepância se traduziria em uma perda não realizada superior a US$ 4 bilhões, considerando o preço atual do Ethereum girando em torno de US$ 2.800.
Analistas independentes nas redes sociais ecoaram essas preocupações, com vários calculando médias implícitas entre US$ 3.800 e US$ 4.000. Alguns observadores sugeriram que o valor de “US$ 2.840” da BitMine apenas refletia o preço à vista do ETH no momento do anúncio da empresa, em vez de representar uma média ponderada precisa de suas posições acumuladas.
“O seu preço médio por ETH deveria estar em torno de US$ 3.840... isso está correto?”, questionou diretamente um analista. A BitMine ainda não abordou a discrepância contábil nem forneceu um detalhamento detalhado de sua base de custo, deixando investidores e participantes do mercado à espera de esclarecimentos.
Contexto de mercado e visão estratégica
A estratégia de tesouraria da BitMine se desenrola em meio a condições de mercado desafiadoras. O presidente Tom Lee observou que os preços de cripto têm enfrentado dificuldades desde um evento de liquidação em 10 de outubro, que ele atribui a balanços patrimoniais comprometidos de formadores de mercado.
Apesar dos ventos contrários no curto prazo, Lee mantém uma perspectiva otimista de longo prazo, sugerindo que o pico do ciclo cripto atual provavelmente ainda está a 12 a 36 meses de distância — um desvio em relação aos padrões históricos de ciclos de quatro anos.
A acumulação agressiva da empresa continua mesmo enquanto ela fica atrás da MicroStrategy, que detém 386.700 BTC avaliados em aproximadamente US$ 37 bilhões no fim de novembro, tornando-se o maior tesouro corporativo de criptomoedas do mundo. A BitMine conta com o apoio de investidores de destaque, incluindo Cathie Wood, da ARK, Founders Fund, Bill Miller III, Pantera Capital, Kraken, Digital Currency Group e Galaxy Digital.
Considerações finais
A BitMine planeja lançar sua Made in America Validator Network (MAVAN) no início de 2026, uma infraestrutura de staking proprietária projetada para gerar rendimento a partir de suas enormes participações em ETH. A iniciativa representa uma mudança de uma estratégia de simples acumulação de tesouraria para geração ativa de rendimento, potencialmente fornecendo um piso de receita para a estratégia.
Se a BitMine irá esclarecer as questões sobre a base de custo, manter seu padrão de acumulação semanal e conseguir atingir o limiar simbólico de 5% de propriedade provavelmente determinará a confiança dos investidores nos próximos meses.
Com o Ethereum sendo negociado em torno de US$ 2.800 e a empresa já controlando 3% da rede, todas as atenções permanecem voltadas para como a BitMine irá lidar tanto com as preocupações contábeis quanto com sua ousada visão de longo prazo para a dominância em Ethereum.
Leia em seguida: Ethereum Needs New Buyers to Break $3,000 Resistance, On-Chain Data Shows

