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Arthur Hayes critíca IPO da Circle, citando dependência da Coinbase como uma fraqueza importante

Arthur Hayes critíca IPO da Circle, citando dependência da Coinbase como uma fraqueza importante

Arthur Hayes critíca IPO da Circle, citando dependência da Coinbase como uma fraqueza importante

Arthur Hayes, o cofundador e ex-CEO da BitMEX, recentemente lançou dúvidas sobre a valorização e as perspectivas de mercado da Circle, emissora por trás da USDC stablecoin.

Hayes, conhecido por seus insights críticos sobre o mercado de criptomoedas, argumentou que o modelo de negócios da Circle não pode competir com o Tether, o jogador dominante no setor de stablecoins. Seus comentários surgiram pouco depois do IPO da Circle e sua estreia na Bolsa de Valores de Nova York, que gerou um grande alvoroço e levantou questões sobre o futuro das stablecoins e seus emissores.

No cerne da crítica de Hayes está a dependência da Circle na Coinbase, uma das maiores exchanges de criptomoedas do mundo, para distribuir sua stablecoin USDC. Em contraste, o Tether, que consistentemente lidera o mercado de stablecoins, se beneficia de uma ampla e independente rede de distribuição. Hayes aponta que a adoção precoce do Tether nos mercados de criptografia, combinada com sua integração em grandes exchanges, deu-lhe a vantagem de mover dólares digitais de forma eficiente nos mercados globais sem depender de entidades externas.

Hayes enfatiza que o sucesso da Circle está amplamente ligado à sua parceria com a Coinbase. Segundo ele, para que a Circle distribua o USDC em larga escala, ela deve depender da plataforma da Coinbase, o que limita seu potencial de crescimento. “Se você parar de ler aqui, a única pergunta que deve se fazer ao avaliar um investimento em um emissor de stablecoin é esta: como eles distribuirão seu produto?” disse Hayes.

Ele ainda afirma que a Circle deve compartilhar aproximadamente 50% de sua receita de juros com a Coinbase em troca do acesso à rede de distribuição da exchange. Esse arranjo, argumenta Hayes, reduz significativamente a lucratividade da Circle em comparação ao Tether, que tem a vantagem de operar sem ter que pagar por seus canais de distribuição.

Esse modelo de negócios, Hayes afirma, torna o futuro da Circle no espaço de stablecoins incerto. Embora muitos investidores apostem na potencial dominação da Circle, especialmente após seu IPO bem-sucedido, Hayes acredita que a dependência da empresa em uma única exchange para distribuição limita sua sustentabilidade a longo prazo.

IPO da Circle: Hype ou Valor Real?

Hayes também expressou ceticismo sobre a valorização da Circle após seu IPO. A estreia da Circle na NYSE gerou uma onda de interesse, mas Hayes sugere que esse momentum movido por hype poderia estar mascarando problemas subjacentes com o modelo de negócios da empresa.

“O preço continuará flutuando,” ele prevê. “A bolha vai estourar após o lançamento de um emissor de stablecoin no mercado público, provavelmente nos EUA, que separa tolos de dezenas de bilhões de capital.”

Esta visão está alinhada com a crença mais ampla de Hayes de que, apesar do entusiasmo atual do mercado, o modelo de negócios da Circle não pode competir com a dominação do Tether. Enquanto o IPO da Circle levantou $1,1 bilhões, Hayes aponta para as diferenças em suas escalas operacionais e estratégias de distribuição como uma razão para sua perspectiva cautelosa.

Segundo o Yahoo Finance, a ação da Circle (CRCL) estava sendo negociada a $147,45 no pós-expediente no momento da escrita, mas Hayes adverte que o preço pode estar inflado devido ao hype especulativo. Os investidores parecem estar comprando na ideia de que a stablecoin USDC da Circle poderia rivalizar com o USDT do Tether, mas Hayes permanece cético, instando cautela.

O IPO indiscutivelmente tornou a Circle mais proeminente aos olhos do setor financeiro mainstream, mas a dependência da empresa na Coinbase como parceira de distribuição permanece um potencial calcanhar de Aquiles. Na visão de Hayes, essa dependência enfraquece a posição da Circle no mercado de stablecoins, especialmente quando comparada à independência do Tether.

Desafios para Novos Emissores de Stablecoin

Olhando além da Circle, Hayes também destacou as crescentes dificuldades que novos emissores de stablecoin enfrentam. Com grandes exchanges como Binance, Coinbase e Kraken já tendo parcerias com emissores de stablecoin existentes como Tether e Circle, Hayes acredita que as barreiras de entrada para novos jogadores estão efetivamente se tornando intransponíveis.

Ele também apontou que instituições financeiras tradicionais e plataformas Web2, incluindo bancos e empresas de mídia social, estão se posicionando para emitir stablecoins, consolidando ainda mais o mercado.

“Os emissores de stablecoin devem usar as tubulações de uma exchange de criptomoeda, um gigante de mídia social Web2, ou um banco legado,” argumentou Hayes. Ele também observou que qualquer novo emissor de stablecoin sem essas parcerias estabelecidas lutaria para ganhar tração, reforçando a ideia de que o mercado está se tornando cada vez mais fechado para os novatos.

O Tether, com sua equipe enxuta de menos de 100 funcionários, foi capaz de escalar rapidamente e desempenhar funções críticas para o sistema bancário global, segundo Hayes. Em contraste, até mesmo instituições financeiras globais como o JPMorgan Chase, com mais de 300.000 funcionários, estão achando desafiador replicar o sucesso do Tether.

Apesar da infraestrutura robusta que o Tether construiu ao longo dos anos, Hayes admite que a empresa opera dentro de uma equipe relativamente pequena, o que torna seu sucesso ainda mais impressionante. Esta realidade apresenta um desafio significativo para a Circle e qualquer novo entrante que deseje desafiar a dominação do Tether no mercado de stablecoins.

Uma Mudança em Direção a Instituições Centralizadas?

Hayes também prevê que em um futuro próximo, mais emissores de stablecoin serão forçados a se alinhar com instituições centralizadas ou plataformas. Ele sugere que plataformas de mídia social e bancos provavelmente emitirão suas próprias stablecoins, o que poderia concentrar ainda mais o mercado nas mãos de poucos jogadores dominantes. A ideia de que essas entidades controlarão stablecoins adiciona outra camada de complexidade ao ambiente regulatório em evolução.

Os planos recentes do Bank of America para lançar uma stablecoin, por exemplo, sinalizam que grandes bancos estão se movendo rapidamente para estabelecer sua presença no espaço de ativos digitais. À medida que instituições financeiras tradicionais e gigantes da tecnologia exploram os benefícios das stablecoins, o cenário para novos entrantes se torna ainda mais competitivo.

Apesar de suas preocupações, Hayes aconselha contra shorting as ações da Circle, citando o contínuo hype do mercado e o potencial de alta de investidores especulativos. "Você deveria shortear a Circle? ABSOLUTAMENTE NÃO!" Hayes diz, reconhecendo que mesmo com as fraquezas inerentes no modelo de negócios da Circle, o hype contínuo em torno dos IPOs de stablecoin pode continuar a empurrar o preço das ações para cima.

Em vez disso, Hayes sugere que aqueles que acreditam no potencial da Circle devem considerar investir na Coinbase (COIN), já que a empresa possui um modelo de negócios muito mais diversificado e pode se beneficiar significativamente do IPO da Circle e do crescimento contínuo das stablecoins.

Considerações finais

O futuro da Circle e de outros emissores de stablecoin permanece incerto. Embora a indústria esteja crescendo rapidamente, ela também está se tornando mais concentrada, com jogadores dominantes como o Tether e grandes jogadores institucionais como bancos e plataformas de mídia social controlando uma grande parte do mercado.

O IPO da Circle trouxe a empresa para o mainstream, mas Arthur Hayes continua cético sobre sua viabilidade a longo prazo devido à sua dependência da Coinbase para distribuição. À medida que o mercado de stablecoins amadurece, novos entrantes podem lutar para entrar no espaço, e a competição de jogadores estabelecidos só aumentará.

Nos próximos meses, o foco provavelmente mudará para desenvolvimentos regulatórios e o papel das stablecoins no ecossistema financeiro mais amplo. As conversas em andamento sobre a regulamentação das stablecoins, particularmente nos EUA, desempenharão um papel significativo na definição desse mercado.

Isenção de responsabilidade: As informações fornecidas neste artigo são apenas para fins educacionais e não devem ser consideradas como aconselhamento financeiro ou jurídico. Sempre realize sua própria pesquisa ou consulte um profissional ao lidar com ativos de criptomoeda.
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