Bitcoin caiu 7% no acumulado do ano, colocando a criptomoeda no caminho para apenas sua quarta perda anual desde 2014. O ativo digital fechou em território negativo apenas três vezes anteriormente — em 2014, 2018 e 2022 — todas durante mercados de baixa confirmados, levantando questões sobre a atual dinâmica de mercado.
O que aconteceu: queda de mercado dispara preocupações sistêmicas
Observadores do mercado apontam o dia 10 de outubro como um momento crucial, quando o Bitcoin despencou 10%, perdendo mais de US$ 12.000 em cerca de 24 horas, no que se tornou o maior evento de liquidação de alavancagem do ano na indústria.
O analista Max Crypto questionou as causas subjacentes da queda de outubro, observando que corretoras e formadores de mercado afirmaram publicamente que as operações estavam normais, enquanto a ação de preço sugeria pressão de venda sustentada por grandes entidades.
“Isso realmente começou a parecer um evento como o da Luna, quando todos diziam que estava tudo bem e terminou de forma horrível”, escreveu ele na rede social X em 23 de dezembro.
O investidor George Bodine caracterizou a queda de 10 de outubro como o “momento crucial que nos trouxe até onde estamos hoje”, acrescentando que os efeitos do que ele chamou de “Crashtober” continuam a afetar o sentimento do mercado. A queda ocorreu enquanto ouro e prata atingiam máximas históricas. “Nunca vi os fundamentos por trás do Bitcoin tão fortes como neste ano”, disse Bodine.
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Por que isso importa: dano psicológico persiste
O analista de criptomoedas Scott Melker afirmou que a queda de outubro “expos problemas que ainda não foram resolvidos, por isso o mercado ainda parece tão ruim agora”. Ele citou liquidez comprometida e maior cautela entre os formadores de mercado como questões em andamento.
As altcoins não conseguiram mostrar uma recuperação genuína, caindo quando o Bitcoin enfraquece sem atrair novo capital, observou Melker.
Esse padrão indica que o capital está deixando o mercado por completo, em vez de apenas girar entre ativos. “10 de outubro quebrou algo psicologicamente”, disse ele. “Até que liquidez, participação e convicção voltem juntas, as altas vão parecer frágeis e as quedas vão parecer rápidas.”
O analista CrediBULL Crypto apresentou uma visão contrastante, descrevendo o evento como “um enorme evento de desalavancagem” em vez de dano estrutural.
O interesse em aberto agregado caiu desde outubro, indicando menor confiança em posições de futuros perpétuos. “Menos alavancagem no sistema não é algo ruim, pois simplesmente significa que este próximo rali é ainda mais sustentável do que o anterior”, disse o analista.
O Bitcoin era negociado a US$ 86.844 no momento da redação, em queda no dia.

