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Do Kwon busca clemência com pedido de pena de cinco anos apesar do colapso de US$ 40 bi da Terra

há 2 horas
Do Kwon busca clemência com pedido de pena de cinco anos apesar do colapso de US$ 40 bi da Terra

Terraform Labs cofundador Do Kwon está pedindo uma pena máxima de cinco anos de prisão por seu papel no colapso de US$ 40 bilhões da stablecoin TerraUSD, argumentando que quase três anos já passados atrás das grades — incluindo longos períodos no que seus advogados descrevem como duras condições em Montenegro — devem contar para uma sentença mais branda.

A equipe jurídica do ex‑CEO protocolou a recomendação de sentença na quarta‑feira no Tribunal do Distrito Sul de Nova York, alegando que a recomendação de 12 anos antecipada pelos promotores representa uma punição “muito maior do que o necessário” para se alcançar justiça.

Kwon se declarou culpado em agosto de conspiração para fraudar e fraude eletrônica, evitando julgamento após ser extraditado de Montenegro, onde foi preso em março de 2023 por tentar viajar com documentos falsificados.

O juiz distrital dos EUA Paul Engelmayer está programado para anunciar a sentença de Kwon em 11 de dezembro em Manhattan.

O limite máximo legal chega a 25 anos por seu papel na fraude envolvendo a stablecoin algorítmica que eliminou dezenas de bilhões em valor de investidores em maio de 2022, embora os promotores tenham concordado anteriormente em não pedir mais de 12 anos sob os termos do acordo de confissão.

O que aconteceu

Os advogados de Kwon enfatizaram que ele passou quase três anos sob custódia, com mais da metade desse tempo em “condições brutais em Montenegro”. A defesa argumentou que o cofundador da Terraform “sofreu substancialmente por seus crimes” e ressaltou que ele ainda enfrenta julgamento na Coreia do Sul pela mesma conduta, onde promotores locais buscam uma pena de até 40 anos de prisão.

“Fiz declarações falsas e enganosas sobre por que a stablecoin recuperou sua paridade, ao deixar de revelar o papel de uma empresa de trading na restauração dessa paridade”, disse Kwon ao tribunal durante sua confissão de culpa em agosto. “O que fiz foi errado.”

O fundador da Terra admitiu que, entre 2018 e 2022, aceitou conscientemente participar de um esquema para fraudar compradores de criptomoedas da Terraform Labs. Ele reconheceu ter feito declarações falsas sobre como a paridade da TerraUSD foi restaurada e ter ocultado o papel da Jump Trading ao sustentar secretamente a stablecoin durante um evento de perda de paridade em maio de 2021.

Como parte do acordo de confissão de agosto, Kwon concordou em perder mais de US$ 19 milhões e vários imóveis. Registros judiciais mostraram que Kwon detinha 92 por cento da Terraform Labs durante o período das supostas irregularidades. O acordo na ação criminal veio após uma decisão civil já concluída contra ele em tribunal federal.

Após o colapso da Terraform Labs, autoridades tanto da Coreia do Sul quanto dos EUA buscaram levar Kwon à justiça. Ele ficou foragido por meses, fugindo de seu país de origem e de Cingapura antes da derrocada da empresa. Em março de 2023, autoridades montenegrinas o detiveram, juntamente com o ex‑diretor financeiro da Terraform, Han Chang‑joon, no Aeroporto de Podgorica.

Kwon permaneceu sob custódia de Montenegro por mais de um ano e meio, enfrentando uma sentença inicial de quatro meses por fraude de passaporte, que depois foi estendida por dois meses a pedido dos Estados Unidos e da Coreia do Sul. Os dois países travaram uma longa disputa sobre direitos de extradição, com Montenegro inicialmente aprovando o pedido da Coreia do Sul antes de, por fim, extraditar Kwon para os Estados Unidos em 31 de dezembro de 2024, após o ministério do Interior assinar o pedido americano.

Inicialmente, em janeiro, Kwon declarou‑se inocente de uma acusação de nove itens, que incluía fraude de valores mobiliários, fraude eletrônica, fraude de commodities e conspiração para lavagem de dinheiro. Ele mudou de posição em agosto, declarando‑se culpado de duas das nove acusações como parte do acordo negociado.

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Por que isso importa

O colapso da Terra em maio de 2022 marcou um dos eventos mais catastróficos da história do mercado de criptomoedas. A stablecoin algorítmica TerraUSD e seu token irmão LUNA colapsaram em três dias, apagando aproximadamente US$ 45 bilhões em capitalização de mercado e contribuindo para centenas de bilhões em perdas adicionais em todo o mercado cripto mais amplo.

Em seu pico, em abril de 2022, a TerraUSD era a terceira maior stablecoin, com valor de mercado de US$ 17,5 bilhões, com aproximadamente 75 por cento depositados no Anchor Protocol para obter recompensas. A LUNA era avaliada em US$ 117, com capitalização total de mercado superior a US$ 40 bilhões. O colapso desencadeou um efeito dominó de falências, incluindo Three Arrows Capital, Voyager Digital, Celsius Network, Genesis Asia Pacific, BlockFi, Alameda Research e FTX.

O ecossistema Terra dependia inteiramente da manutenção da paridade de UST com o dólar por meio de uma relação algorítmica com a LUNA. Quando o UST caía abaixo de US$ 1, o protocolo queimava UST e cunhava LUNA para restaurar a paridade. Quando o UST subia acima de US$ 1, cunhava UST enquanto queimava LUNA. Esse equilíbrio delicado ruiu em maio de 2022, quando a pressão inicial de queda de preço desencadeou uma “espiral da morte”, em que a oferta de LUNA explodiu de cerca de 350 milhões de tokens para mais de 6,5 trilhões, levando seu valor a despencar de US$ 80 para US$ 0,0001 em poucos dias.

A derrocada começou quando grandes retiradas do Anchor Protocol e vendas de UST no mercado pressionaram a paridade. Em 7 de maio de 2022, um bot de monitoramento de grandes investidores revelou que 85 milhões de TerraUSD foram trocados por USDC. O UST caiu para US$ 0,98 em 8 de maio e, em 24 horas, despencou para US$ 0,70. Os mecanismos de arbitragem falharam em restaurar a estabilidade à medida que o pânico se espalhava, com o UST caindo abaixo de US$ 0,30 entre 10 e 12 de maio.

A sentença de Kwon chega no momento em que o ex‑CEO da FTX, Sam Bankman‑Fried, recorre de sua pena de 25 anos pelo colapso de US$ 8 bilhões da FTX. A equipe jurídica de Bankman‑Fried argumenta que ele foi “presumido culpado” desde o início e privado de um julgamento justo. Os dois casos representam uma mudança significativa em como as autoridades tratam má conduta no setor cripto — não mais como mera falha de mercado, mas como responsabilidade criminal.

O debate sobre a sentença determinará se a cooperação por meio de uma confissão de culpa reduz significativamente a punição em comparação com uma condenação após julgamento. O juiz Engelmayer mantém discricionariedade final sobre a pena, independentemente das recomendações da promotoria ou dos pedidos da defesa. Espera‑se que o governo apresente sua própria recomendação de sentença antes da audiência de 11 de dezembro.

Mesmo que o juiz conceda uma pena mais branda, os problemas legais de Kwon não terminarão em Manhattan. Promotores sul‑coreanos querem que ele seja transferido para Seul assim que o processo americano terminar, buscando uma pena muito mais severa, de até 40 anos de prisão. O cronograma de quando ou se ele será transferido permanece incerto, embora a Coreia do Sul tenha reiterado repetidas vezes seu pedido para assumir a custódia após a conclusão do caso nos EUA.

A dupla persecução impõe consequências adicionais que, segundo os advogados de defesa, devem ser consideradas na sentença americana, especialmente dado o sobreposição das acusações em ambas as jurisdições. Espera‑se que Kwon cumpra parte de sua pena nos EUA na Coreia do Sul com base em um acordo de programa de transferência, embora ele tenha de cumprir metade da pena sob custódia americana antes de se qualificar para transferência.

O colapso da Terra continua a aumentar a pressão jurídica sobre grandes figuras do setor cripto e contribuiu para o fortalecimento da fiscalização regulatória sobre stablecoins algorítmicas e protocolos de finanças descentralizadas. A Securities and Exchange Commission moveu uma ação contra a Terraform Labs em fevereiro de 2023, alcançando um acordo preliminar em maio de 2024, que formalizou um pagamento de quase US$ 4,5 bilhões em junho de 2024.

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