O gigante bancário global Citigroup está lançando serviços de custódia e pagamento com stablecoins, marcando uma entrada significativa nos ativos digitais após recentes mudanças regulatórias nos EUA que criaram diretrizes mais claras para instituições financeiras operando no espaço das criptomoedas.
O que saber:
- Citigroup planeja aproveitar sua infraestrutura existente para armazenar e gerenciar reservas que sustentam os tokens digitais, com foco em segurança e conformidade regulatória
- O movimento segue a aprovação do GENIUS Act em julho de 2025, que exige que emissores de stablecoins lastreiem tokens com ativos seguros como títulos do governo e dinheiro
- A McKinsey projeta que o mercado de stablecoins crescerá de sua atual avaliação de US$ 250 bilhões para US$ 2 trilhões até 2028
Gigantes bancários entram na arena dos ativos digitais
A expansão vem após mudanças políticas na administração de Donald Trump, que tornaram o ambiente regulatório mais favorável para bancos integrando soluções de cripto. Leis como o GENIUS Act e o One Big Beautiful Act forneceram clareza operacional para emissores de stablecoins e instituições financeiras tradicionais.
Stablecoins são criptomoedas atreladas a ativos estáveis como o dólar americano ou títulos governamentais. Esses tokens digitais ganharam espaço por permitir transações mais rápidas e econômicas em comparação com os sistemas bancários tradicionais.
Pagamentos internacionais que normalmente requerem tempos de processamento prolongados podem ser concluídos rapidamente em redes blockchain.
Tether (USDT) atualmente domina o mercado de stablecoins por capitalização e volume de negociação. Segundo a pesquisa da McKinsey, o setor de stablecoins representa aproximadamente US$ 250 bilhões em valor e poderia alcançar US$ 2 trilhões dentro de quatro anos.
Entendendo a infraestrutura dos ativos digitais
Stablecoins servem como infraestrutura fundamental para o ecossistema de criptomoedas, facilitando pagamentos transnacionais, negociação de cripto e aplicações de finanças descentralizadas. Diferente de criptomoedas voláteis como o Bitcoin, as stablecoins mantêm valores relativamente estáveis por meio de mecanismos de lastreamento de ativos.
O GENIUS Act, assinado em julho de 2025, estabeleceu exigências para emissores de stablecoins manterem reservas em ativos seguros, incluindo títulos do governo e equivalentes em dinheiro. Essa legislação abordou a incerteza regulatória que anteriormente limitava a participação de bancos tradicionais em serviços de ativos digitais.
Biswarup Chatterjee, chefe global de parcerias e inovação na divisão de serviços do Citigroup, afirmou que o banco irá focar em "armazenar e gerenciar com segurança as reservas que sustentam os tokens digitais". Citigroup já supervisiona operações de tesouraria e pagamentos para grandes corporações globais.
O banco planeja utilizar a infraestrutura existente enquanto mantém conformidade com arcabouços regulatórios. Medidas de segurança e prevenção de fraudes representam prioridades-chave à medida que o Citigroup aborda preocupações persistentes dentro da indústria cripto.
Panorama competitivo e implicações de mercado
Recentemente, o Citigroup anunciou soluções baseadas em blockchain permitindo que detentores de contas em Londres, Nova York e Hong Kong transferissem dólares dos Estados Unidos tokenizados ou os convertessem em moeda fiduciária para pagamentos imediatos. O banco também considera lançar sua própria stablecoin para competir com jogadores estabelecidos.
A stablecoin USDC da Circle mantém um valor de mercado de US$ 18 bilhões, enquanto o USDT da Tether lidera o setor. A entrada do Citigroup pode potencialmente reduzir custos e atrasos de processamento associados aos pagamentos transfronteiriços tradicionais, oferecendo aos clientes capacidades de transação mais rápidas.
Para o setor bancário, o movimento do Citigroup sinaliza uma aceitação institucional mais ampla da tecnologia blockchain e pode encorajar outros grandes bancos a desenvolverem serviços semelhantes. Empresas de criptomoedas enfrentam competição aumentada, mas também obtêm validação de seus modelos de negócios pela participação das finanças tradicionais.
Exchanges de cripto como a Coinbase podem enfrentar pressão das taxas de custódia potencialmente mais baixas do Citigroup e de sua infraestrutura de segurança em nível institucional. Os relacionamentos regulatórios estabelecidos do banco e suas estruturas de conformidade podem fornecer vantagens competitivas na atração de clientes corporativos.
Termos financeiros chave e contexto de mercado
Vários conceitos financeiros são centrais para entender a estratégia de expansão do Citigroup. Serviços de custódia envolvem armazenar e gerenciar ativos de clientes com segurança, enquanto stablecoins representam moedas digitais projetadas para manter valores estáveis por meio de lastro de ativos.
Pagamentos transnacionais referem-se a transferências de dinheiro internacionais, que sistemas bancários tradicionais processam ao longo de vários dias através de redes de bancos correspondentes. Alternativas baseadas em blockchain podem completar transações semelhantes dentro de minutos ou horas.
Finanças descentralizadas, ou DeFi, abrangem serviços financeiros construídos em redes blockchain sem intermediários tradicionais como bancos. Este setor depende fortemente de stablecoins para atividades de empréstimo, negociação e tomada de crédito.
Capitalização de mercado representa o valor total de uma criptomoeda calculado multiplicando o suprimento circulante pelo preço atual. O volume de negociação mede o valor total das transações ocorrendo dentro de marcos temporais específicos.
Considerações finais
A entrada do Citigroup nos serviços de stablecoins reflete a crescente convergência entre bancos tradicionais e ativos digitais após a clarificação regulatória. A infraestrutura e as capacidades de conformidade do banco o posicionam para competir com provedores de serviços cripto existentes, enquanto potencialmente aceleram a adoção mainstream de sistemas de pagamento baseados em blockchain.