O Telegram anunciou um acordo de exclusividade designando The Open Network (TON) como a estrutura blockchain exclusiva para seu ecossistema, marcando uma mudança transformadora na estratégia e solidificando sua parceria com a TON, um projeto que se originou dos esforços próprios do Telegram.
Através de uma mensagem amplamente divulgada na plataforma, que possui mais de 950 milhões de usuários ativos, o Telegram enfatizou seu compromisso em melhorar a experiência do usuário por meio desta aliança.
"Concordamos com a TON Foundation em tornar a TON o parceiro exclusivo de blockchain do Telegram", revelou a declaração.
Simultaneamente, uma publicação no blog da TON elaborou os benefícios deste alinhamento, enfatizando a consistência e segurança melhoradas para os usuários do Telegram. Sob esta nova estrutura, todos os Mini Apps e jogos habilitados para criptomoedas no Telegram precisarão migrar para a blockchain TON até 21 de fevereiro de 2025.
"Todos os mini-apps no Telegram agora usarão exclusivamente a TON como sua infraestrutura de blockchain. Todos os mini-apps que atualmente não usam a TON devem migrar até 21 de fevereiro de 2025. Então, vamos seguir em frente," declarou a TON no X.
Além disso, o TON Connect servirá como o protocolo exclusivo de integração de carteira para Mini Apps do Telegram, exceto em casos específicos de interligação, conforme confirmado pelo presidente da TON Foundation, Manuel Stotz.
A renovada colaboração com a TON segue um período de separação após obstáculos regulatórios terem levado à transferência do projeto TON para desenvolvedores independentes em 2020. Desde então, a TON Foundation tem progredido ativamente na blockchain, reintroduzindo recursos como o aplicativo TON Wallet, jogos habilitados para blockchain e opções de criptomoeda como Toncoin (TON) com o apoio do Telegram.
Além das funcionalidades básicas, o Telegram visa utilizar a TON para projetos inovadores, incluindo a criação de NFTs negociáveis dentro do aplicativo. Os desenvolvedores atuais que usam blockchains como Sui (SUI) e Aptos (APT) devem migrar para a TON para manter acesso aos recursos de criptografia do Telegram.
Para auxiliar nesta transição, a TON Foundation está oferecendo bolsas de migração de até $50.000, embora destinatários de bolsas anteriores estejam excluídos.
O alinhamento estratégico do Telegram com a TON também pode ser motivado por imperativos de segurança. De acordo com Scam Sniffer, houve um aumento impressionante de 2.000% em ataques de phishing de criptografia no Telegram desde novembro de 2024, explorando a abertura da plataforma.
Centralizar as operações de blockchain sob a TON poderia mitigar esses riscos, permitindo ao Telegram impor protocolos de segurança rigorosos e aumentar a confiança entre os usuários.
"A padronização será ótima para os usuários do Telegram — oferecendo uma experiência consistente, previsível e melhor proteção contra fraudes," acrescentou a mensagem do Telegram, destacando as vantagens de proteção da integração com a TON.
Apesar das perspectivas progressistas deste acordo de exclusividade, ele apresenta desafios. Desenvolvedores dependentes de blockchains alternativas podem ter dificuldades com o rígido requisito de migração de 30 dias.
Críticos, como Graeme Blackwood da empresa de carteiras inteligentes Argent, expressaram preocupações sobre as limitações implícitas: "…nada diz autodeterminação" como forçar as pessoas a usar seu sistema. Sem permissão. Componível. Aberto. Estes são os padrões da Web3. Eu esperava que o Telegram fosse melhor do que isso. Não seria tão ruim se a cadeia TON fosse descentralizada e escalável."
Esse movimento estratégico visa simplificar e proteger as integrações de blockchain do Telegram, enquanto provoca discussões sobre o futuro da descentralização e da escalabilidade de blockchain.