Análise recente de blockchain revelou conexões entre a meme coin LIBRA e vários projetos questionáveis de criptomoeda, incluindo o token oficial associado a Melania Trump. Essas revelações geraram preocupações sobre o LIBRA, especialmente após seu breve endosso pelo presidente argentino Javier Milei.
Em 16 de fevereiro, Chaofan Shou, cofundador da Fuzzland, afirmou que o market maker do LIBRA está baseado em Delhi e foi implicado na meme coin MELANIA. Shou apresentou dados de carteira indicando que a mesma entidade gerenciou ambas as iniciativas, sugerindo atividades internas potencialmente coordenadas. Ele também conectou a equipe LIBRA a outros tokens tais como Enron e OGME, que exibiram padrões semelhantes de manipulação de preços.
Esses projetos testemunharam aumentos rápidos de preço impulsionados por negociação interna e bots automatizados, seguidos por liquidações abruptas que deixaram investidores de varejo enfrentando perdas. Esse padrão reflete esquemas de pump-and-dump destinados a explorar traders.
O token MELANIA, lançado pouco antes da esperada inauguração do segundo mandato de Donald Trump, brevemente atingiu um valor de mercado de $2 bilhões antes de despencar para menos de $200 milhões. LIBRA experimentou uma trajetória semelhante, onde, após receber apoio público do presidente Milei, o token atraiu investimento significativo. No entanto, insiders teriam retirado $107 milhões logo em seguida, causando seu colapso.
Na sequência, o presidente Milei se distanciou do LIBRA, provocando acusações de manipulação de mercado e pedidos de impeachment devido ao suposto escândalo financeiro e político.
Insiders do LIBRA Negam Alegações de Fraude
Em meio à controvérsia, o KIP Protocol, uma parte ligada ao LIBRA, negou qualquer má conduta. Julian Peh, CEO da KIP, insistiu que todos os fundos permanecem transparentes e contabilizados. Peh esclareceu que o KIP não teve qualquer envolvimento com o lançamento do token, colocando a responsabilidade na Kelsier, o market maker do projeto.
"O KIP enfrentou um FUD significativo hoje, incluindo ameaças a mim e à minha equipe, mas não estivemos envolvidos no lançamento, nem gerimos qualquer token ou SOL. O KIP reconheceu publicamente nosso papel no projeto (embora não na emissão de tokens) porque já estávamos listados no site e apoiamos seu potencial," — declarou o KIP.
Enquanto isso, Hayden Davis, da Kelsier, atribuiu perdas dos investidores ao presidente Milei e sua equipe. Ele afirmou que investimentos em meme coins dependem fortemente de confiança e endossos, e quando a equipe de Milei removeu seus posts promocionais, isso desencadeou pânico nas vendas e uma queda acentuada do mercado.
Davis afirmou que sua equipe continua acreditando no projeto e planeja reinvestir $100 milhões nele. Em vez de transferir ativos para associados do presidente Milei ou KIP, a Kelsier pretende reinvestir no LIBRA e queimar todos os tokens adquiridos.
"Proponho reinvestir 100% dos fundos sob meu controle, até $100 milhões, de volta no Libra Token e queimar o suprimento adquirido. A menos que uma alternativa mais viável seja proposta, pretendo iniciar este plano nas próximas 48 horas," — declarou Davis.
A controvérsia em torno do LIBRA destaca os riscos associados às meme coins especulativas, particularmente as associadas a figuras proeminentes. Enquanto alguns mantêm confiança na viabilidade do projeto, investigações estão em andamento sobre suas potenciais manipulações de mercado.
Lições da Frenesi
O presidente Donald Trump e a primeira-dama Melania Trump lançaram suas próprias meme coins — TRUMP e MELANIA — poucos dias antes de sua posse, provocando um frenesi entre os traders de cripto.
As moedas, que não oferecem utilidade intrínseca, inicialmente dispararam em valor antes de despencar, deixando muitos investidores com perdas significativas. Críticos e reguladores denunciaram os lançamentos como artimanhas especulativas que exploram a marca Trump, levantando sérias preocupações de conflito de interesse. Os lançamentos também desencadearam um dilúvio de mais de 700 tokens imitadores na carteira digital oficial de Trump, confundindo ainda mais o mercado. Legisladores e especialistas do setor agora clamam por uma fiscalização regulatória mais rigorosa para conter o que alertam que pode levar a danos financeiros generalizados.
Um rug pull é um tipo de golpe de cripto em que desenvolvedores ou criadores de projetos retiram repentinamente todos os fundos de um pool de liquidez de criptomoeda e desaparecem, deixando os investidores com tokens sem valor. Nesses esquemas, os investidores são atraídos por promessas de altos retornos ou tecnologia inovadora, apenas para o projeto colapsar uma vez que os criadores saem, efetivamente "puxando o tapete" de todos. Essa tática é comum em finanças descentralizadas e projetos de meme coins, onde supervisão mínima e proteções regulatórias tornam essa fraude mais fácil de executar.
Declaração de isenção de responsabilidade: As informações fornecidas neste artigo são apenas para fins educacionais e não devem ser consideradas como aconselhamento financeiro ou legal. Sempre conduza sua própria pesquisa ou consulte um profissional ao lidar com ativos de criptomoeda.